quinta-feira, 5 de março de 2015

DCE UFBa lança jornada de lutas em defesa da educação pública e democracia universitária.

    Hoje, no dia 05/03/2015, ocorreu o lançamento da jornada de lutas convocada pelo Diretório Central dos Estudantes da UFBa, em formato de um ato público que mobilizou diversos estudantes de todos os campus da Universidade Federal que seguiram em jornada até a reitoria e entregaram uma carta de reivindicações ao Reitor. 

    São diversas as reivindicações que motivaram o ato, a questão da permanência dos estudantes em vulnerabilidade sócio-econômica e/ou vindos do interior da Bahia, as residencias universitárias não tem manutenção adequada, o restaurante universitário a um número de fichas que não atente toda a demanda estudantil e ainda é concentrado em um só campus, as bolsas e auxílios seguem sendo reduzidas e os poucos que ainda têm constantemente atrasam o pagamento,  e os BUZUFBA que só andam super lotados e não contemplam todas as áreas na Universidade, como o campus da Piedade, sem falar dos cursos noturnos que andam precarizados e muitos cursos nem segue oferecem vaga a noite, questões que dificultam a democratização da Universidade, pois restringem a permanência da população mais pobre e dos estudantes trabalhadores. Fomos as ruas também para debater o modelo de expansão universitária, que cresce o número de estudantes porém o número de professores e técnicos não aumenta conforme a demanda, precarizando o trabalho e dificultando a vida dos estudantes, ainda por cima vários prédios  que seguem empacados com problemas na estrutura e irregularidades na sua construção. O Movimento Estudantil da UFBa segue pedindo a participação na decisão do orçamento da Universidade, o orçamento participativo, onde professores, técnicos e estudantes decidam junto onde será alocado os recurso da Universidade, de uma forma transparente, democrática e horizontal. 


       Repudiamos também o corte de 7 bilhões do orçamento da educação divulgado pelo Governo Federal, redução que faz parte do pacote de medidas tomadas pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy para enxugar as contas do Governo na tentativa de garantir o superavit primário, pagar os juros da divida pública e sustentar banqueiro, os estudantes não podem pagar pela crise dos ricos, educação tem que ser prioridade, direito de todos nós não mercadoria. Medidas que reduzem os gastos do governo em setores essenciais para a população, como educação e direitos trabalhistas, vai de encontro ao modelo de estado de bem estar social e inclusão empregado pelo Governo nos últimos anos. Um ministro do mercado financeiro, pautado pela mídia e o grande capital, com medidas conservadores e austeras, não é um ministro compatível com o Governo que a Presidenta Dilma se propôs a construir. 

       No ato também houve um momento de repúdio ao trote racista que ocorreu na FAUFBA onde um boneco negro foi colocado em uma forca, simbolizando os calouros, atitudes que não podem ser toleradas dento da Universidade na cidade mais negra fora da África, aliais, atitude que não pode ser permitida em lugar algum. O que mais causou revolto, foi o descaso da instituição com o fato, atitude que mostra que estamos longe de superar o racismo no Brasil, principalmente o institucional, que cria esteriótipo dos negros na Universidade e o genocídio na periferia. Racistas não passarão. 
      Seguimos em luta em prol de uma educação pública, gratuita de qualidade, democratizada e sem opressões, convocamos todos e todas estudantes para que se juntem a nós nessa luta, unidos somos mais forte. Uni-vos.

Carta entregue ao Reitor da UFBa: https://ufbadce.wordpress.com/2015/03/06/jornada-de-lutas-carta-de-reivindicacoes-a-reitoria-da-universidade-federal-da-bahia/?preview=true&preview_id=342